sábado, 30 de novembro de 2013

It´s a wonderful world


Niagara Falls 2013

É Natal....

... quando se começam a ouvir musicas de Natal,
....quando há iluminações e árvores de Natal por todo o lado!!!

É Natal.... porque estou quase a voltar para casa!!!!

Um abre olhos

Eu sei que existe miséria, pessoas sem abrigo, pessoas com menos posses e que imensas dificuldades económicas. Eu sei isto e toda a gente sabe! Mas uma coisa é saber e outra é viver de perto com esta realidade.
Quinta-feira, 28 de Novembro de 2013, dia de acção de graças nos Estados Unidos. Onde é que acabei a almoçar por engano? Num almoço para pessoas carenciadas organizado por uma igreja local. Aconteceu por acaso ao entrar num restaurante para almoçar e não me aperceber que o mesmo estava apenas aberto para um evento de solidariedade, para todas as famílias carenciadas e pessoas sem abrigo, de modo a tentar tornar o dia de acção de graça um pouco mais familiar e mais alegre. Este é um dia em que a família se reúne. E quem não tem família? 
Pois é confesso que me custou estar sentada ao lado destas pessoas. Um senhor a comer o perú com a maior satisfação que se possa imaginar, olhar para a cara dele e ver que aquela era provavelmente a refeição da semana, cara e corpo de fome, e ali estava ele a aproveitar cada migalha de pão, cada bago de arroz. Fiquei mesmo muito incomodada, não por estar ali, mas por ver e sentir de perto os sentimentos destas pessoas. Incomodada por me sentir de pés e mão atacadas e não poder fazer nada. Incomodada por me andar sempre a queixar com problemas banais da vida, e ver que os meus problemas não são nada. Incomodada por não saber o que fazer perante uma realidade destas, aquela que eu sei que existe, mas que só agora puder ter a percepção dela. Senti-me muito pequenina perante tamanha realidade. Acabei com remorsos por ter a vida que tenho e não ajudar alguém.
Mas isto não aconteceu por acaso, aconteceu para me abrir os olhos, parar de me queixar de coisas sem importância nenhuma, dar valor ao que tenho e ás pessoas que me rodeiam. 
Aconteceu para perceber que se calhar está na hora de sair da minha zona de conforto e fazer alguma coisa para ajudar pessoas. 
Está na hora de abrir os olhos e encaram a realidade que me rodeia!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eu e o frio

É oficialmente uma combinação que não combina de todo!
Se eu nunca gostei de frio, e sou a pessoa mais friorenta  ao cimo desta terra... depois de sentir realmente frio a sério (sim porque em Portugal está apenas uma aragem comparando com isto), de ter ficado com a cara queimada e com um olho inflamado acho que tenho cada vez mais razões para detestar este tempo! Para além das temperatura baixas, ainda há toda uma ventania que quase me levanta ao ar o que faz parecer ainda mais frio. 
Detesto, detesto e detesto!!! Tirem-me daqui por favor!!!

sábado, 23 de novembro de 2013

Explicação da Eternidade

Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim. 
 
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

NERDs


Se pensam que estas personagens só existem nos filmes, desenganem-se! Em Boston pelo menos há muitos, mas mesmo muitos. A grande maioria anda disfarçada de pessoas normais, mas basta abrirem a boca e pronto revelam-se. Ele é nos cafés, nos supermercados, na rua... é uma verdadeira praga. Nem pausa para almoço fazem, quando almoçam levam os artigos ou o computador atrás. Na suposta pausa que fazem para o café, adivinhem do que é que falam? Pois é de ciência!
Hoje no autocarro, aquele meio de transporte onde é suposto as pessoas esquecem o trabalho e serem um bocadinho fúteis, ou mesmo apenas falarem só sobre o tempo, adivinhem o que lá havia!? Pois é NERDS! O caminho todo a falar de meios de células e de como elas cresciam e blábláblá.

Será que estas pessoas não conseguem ter uma vida? Leva-me a pensar se estou na profissão certa, pois embora goste muito do que faço, também gosto de ter outros pensamentos e outro tipo de actividades extra-ciência!
Estas pessoas cansam-me, e não é pouco.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A culpa é dos espelhos

O problema das mulheres são os espelhos, não somos nós que somos exigentes connosco próprias, nem com os outros, nem somos proteccionistas nem nada que se pareça. O problema está em ter espelhos em casa. Passo a explicar o meu ponto de vista.
Estou à 8 meses em Boston, como tudo o que me apetece (entenda-se muitos doces e coisas que engordam!) e a preguiça está em modo on. Olho para mim e sinto-me bem, a roupa continua a servir (vá ás vezes está um bocadinho apertada... mas a desculpa é da máquina de secar a roupa, encolhendo-a) e acho que estou tal e qual aqui cheguei, ou seja magra.
Até que fui de férias a Portugal e descubro que afinal estou a ficar com a barriga grande, o rabo grande, e pior que isto tudo com celulite! CELULITE!!! Eu que nunca na vida tive nada destas coisas (vá podem dizer que sou uma mete nojo, mas é verdade, celulite foi coisa que nunca andou para estas bandas!!) e agora estou neste estado!!!???!!?? Como é possível?! É possível, e apenas porque vivo numa casa que não tem espelhos, apenas um na casa de banho que apenas dá para a cara! Claro está que "coração que não vê, coração que não sente", e foi isso mesmo que se passou... estive 6 meses sem olhar para um espelho e fui feliz! Estive 3 semanas a olhar para um espelho e pronto estragou tudo! Tudo!!! Claro que agora só penso em livrar-me deste demónio, mas dietas não faço (deixar de comer coisinhas boas não é comigo) e exercicio, coisa que adoro, ando feita uma enorme preguiçosa. Só de pensar em trocar a roupa por um equipamento dá-me uma dor de cabeça daquelas! 
Por isso livrem-se dos espelhos! De vez!!! São eles a causa da nossa infelicidade e preocupação!
Pensem lá bem se não seriamos todas muito mais felizes se apenas confiássemos no nosso instinto e pensarmos que estamos magras, lindas e maravilhosas e que aquela peça de roupa (que sempre quisemos vestir mas que o espelho insiste em dizer que não fica bem) nos fica a matar, parece que foi mesmo feita a medida?!? 

sábado, 16 de novembro de 2013

Laura Izibor

É o nome do momento... pelo menos para mim!
Não consigo parar de ouvir... está em modo repeat!
Todas as músicas são lindas, não consigo escolher uma.
Mas esta que aqui deixo foi uma que particularmente me inspirou esta semana.



Posta à prova!

Quando acho que sei aquilo que quero, aparece algo para me por à prova e pensar mesmo naquilo que quero para a minha vida e para o meu futuro. Aquilo que sempre soube querer fica por um fio e todas as dúvidas aparecem quando menos deviam aparecer!
Esta semana mais uma vez foi isso que aconteceu, mas desta vez não vacilei. Fiquei orgulhosa de mim mesma, mas no entanto com muitas dúvidas se foi ou não a escolha acertada, não pela escolha em si, mas pela recusa daquela que é uma grande oportunidade.
Sei desde o primeiro dia que cheguei a Boston que me queria ir embora de cá o mais depressa possível, não por não gostar da cidade, nem do trabalho nem das pessoas, mas apenas porque tive a certeza absoluta que não sou pessoa para viver muito tempo longe das pessoas que gosto e que me fazem falta. Mas uma estadia que era suposta ser de apenas 6 meses foi logo no inicio prolongada por mais 3. Aceitei logo que tive a oportunidade por ser uma coisa boa para mim e para a minha carreira. Claro que implica mudar e abdicar de outras coisas, nomeadamente adiar mais uma vez a minha vida pessoal, mas pronto eram só mais 3 meses, com a perspectiva de voltar depois ao meu país.
Esta semana e a um mês de fazer as malas, chegou a tão temida oferta. Ficar aqui por mais um ano! Um contrato por um ano no actual laboratório onde estou. A certeza de que não queria isto para mim foi instantânea, mas depois surgem as dúvidas... os prós e contras, e a cabeça entra num turbilhão de emoções.  A mesma vontade que tinha de ir embora continuou, no entanto isto deixou-me mesmo a pensar se não devia aceitar esta oferta porque era profissionalmente muito boa, e sabendo como as coisas estão inseguras e más em Portugal...E não querer deixar passar a sensação que sou "pobre e mal agradecida" são tudo pensamentos que surgem!
Mas pronto tudo acabou pelo melhor... aquilo que sempre quis e quero é voltar, e é isso que vai acontecer! Porque até podia ficar aqui e estar bem profissionalmente... mas estaria muito infeliz pessoalmente!

sábado, 9 de novembro de 2013

Crónica de António Lobo Antunes- Visão

Perguntam-me muitas vezes por que motivo nunca falo do governo nestas crónicas e a pergunta surpreende-me sempre. Qual governo? É que não existe governo nenhum. Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento. Claro que as crianças lhes acrescentaram um pin na lapela, porque é giro
- Eh pá embora usar um pin?
que representa a bandeira nacional como podia representar o Rato Mickey
- Embora pôr o Rato Mickey?
mas um deles lembrou-se do Senhor Scolari que convenceu os portugueses a encherem tudo de bandeiras, sugeriu
- Mete-se antes a bandeira como o Obama
e, por estarem a brincar às pessoas crescidas e as play-stations virem da América, resolveram-se pela bandeirinha e aí andam, todos contentes, que engraçado, a mandarem na gente
- Agora mandamos em vocês durante quatro anos, está bem?
depois de prometerem que, no fim dos quatro anos, comem a sopa toda e estudam um bocadinho em lugar de verem os Simpsons. No meio dos meninos há um tio idoso, manifestamente diminuído, que as famílias dos meninos pediram que levassem com eles, a fim de não passar o tempo a maçar as pessoas nos bancos, de modo que o tio idoso, também de pin
- Ponha que é curtido, tio
para ali anda a fazer patetices e a dizer asneiras acerca de Angola, que os meninos acham divertidas e os adultos, os tontos, idiotas. Que mal faz? Isto é tudo a fazer de conta.
Esta criançada é curiosa. Ensinaram-me que as pessoas não devem ser criticadas pelos nomes ou pelo aspecto físico mas os meninos exageram, e eu não sei se os nomes que usam são verdadeiros: existe um Aguiar Branco e um Poiares Maduro. Porque não juntar-lhes um Colares Tinto ou um Mateus Rosé? É que tenho a impressão de estar num jogo de índios e menos vinho não lhes fazia mal. No lugar deles arranjava outros pseudónimos: Touro Sentado, Nuvem Vermelha, Cavalo Louco. Também é giro, também é americano, pá, e, sinceramente, tanto álcool no jardim escola preocupa-me. A ASAE devia andar de olho na venda de espirituosas a menores. Outra coisa que me preocupa é a ignorância da língua portuguesa nos colégios. Desconhecem o significado de palavras como irrevogável. Irrevogável até compreendo, uma coisa torcida, e a gente conhece o amor dos pequerruchos pelos termos difíceis, coitadinhos, não têm culpa, mas quando, na Assembleia, um deles declarou
- Não pretendo esconder nem ocultar apesar da palermice me enternecer alarmou-me um nadita, mau grado compreender que o termo sinónimo seja complicado para alminhas tão tenras. Espíritos tortuosos ou manifestamente mal formados insinuam, por pura maldade, que os garotos mentem muito, o que é injusto e cruel. Eles, por inevitável ingenuidade, não mentem nem faltam às promessas que fazem: temos de levar em conta a idade e o facto da estrutura mental não estar ainda formada, e entender que mudar constantemente de discurso, desdizer-se, aldrabar, não possui, na infância, um significado grave. A irrealidade faz parte dos cérebros em evolução e, com o tempo, hão-de tornar-se pessoas responsáveis: não podemos exigir-lhes que o sejam já, é necessário ser tolerante com os pequerruchos, afagá-los, perdoar-lhes. Merecem carinho, não crítica, uma festa na cabecinha do garoto que faz de primeiro-ministro, outra na menina que eles escolheram para as Finanças e por aí fora. Não é com dureza desnecessária e espírito exageradamente rígido que os educamos. No fundo limitam-se a obedecer a uns senhores estrangeiros, no fundo, tão amorosos, que mal fazem eles para além de empobrecerem a gente, tirarem-nos o emprego, estrangularem-nos, desrespeitarem-nos, trazerem-nos fominha, destruírem-nos? São miúdos queridos, cheios de boa vontade, qual o motivo de os não deixarmos estragar tudo à martelada? Somos demasiado severos com a infância, enervam-nos os impetuosos que correm no meio das mesas dos restaurantes, aos gritos, achamos que incomodam os clientes, a nossa impaciência é deslocada. Por trás deles há pessoas crescidas a orientarem-nos, a quem tentam agradar como podem à custa daqueles que não podem. Os portugueses, e é com mágoa que escrevo isto, têm sido injustos com a infância. Deixem-nos estragar, deixem-nos multiplicar argoladas, deixem-nos não falar verdade: faz parte da aprendizagem das mulheres e homens de amanhã. Sigam o exemplo do Senhor Presidente da República que paternalmente os protege, não do senhor Ex-Presidente da República, Mário Soares, que de forma tão violenta os ataca e, se vos sobrar algum dinheiro, carreguem-lhes os telemóveis para eles falarem uns com os outros acerca da melhor forma de nos deixarem de tanga. Qual o problema se há tanto sol neste País, mesmo que não esteja lá muito certo de o não haverem oferecido aos alemães? E, de pin no casaco que nos fanaram, isto é, de pin cravado na pele (ao princípio dói um bocadinho, a seguir passa) encorajemos estes minúsculos heróis com um beijinho, cheio de ternura, nas testazitas inocentes."

 António Lobo Antunes

Sabes que estás à tempo de mais numa cidade quando

- o empregado do café sabe o teu nome e oferece-te cafés;
- és abordada na rua para te pedirem informações...e já as sabes dar;
...

Isto é assustador para uma "emigrante" que deseja depressa voltar a casa!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Opiniões

Está toda a gente revoltada e a comentar a entrevista e os comentários da Margarida Rebelo Pinto. Não ouvi a entrevista e tenho apenas lido comentários e opiniões quer nas redes sociais quer em vários blogs. Há ainda quem faça disto tudo uma comédia.
No meio disto tudo não sei e confesso que nem tenho vontade nenhuma de ver a entrevista da senhora. Isto porque não me interessa o que ela pensa, e nem acho que seja algo com o que perder tempo.
Mas o que me deixa mesmo indignada são os comentários que toda a gente faz a isto. Sim porque vivemos num país dito democrático e com liberdade de expressão (ainda... já estivemos mais longe de a perder!), mas quando alguém, seja ele quem for, que abra a boca para dar a sua opinião que por acaso é contrária à maioria dos Portugueses, cai o carmo e a trindade. 
Todos nós temos direito a ter os nossos ideais e ideias, todos nós temos cabeça para pensar por nós, certo? Se assim é porque é que não conseguimos respeitar o que os outros pensam? Esta gente não tem mais nada para fazer na vida, nem outras preocupações para além do que a Margarida ou o Manel têm como opinião?
Está na altura de sermos crescidinhos e respeitar o que os outros pensam e começar realmente a preocupar-nos com o que é mesmo importante!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Esta foto podia ser minha

Depois de quase 2 meses parada e sem ir ao ginásio, eis que o regresso com 15min a correr na passadeira me deixou completamente KO!
Estou num estado quase semelhante à Pamela Anderson (foto) depois de acabar a maratona de Nova Iorque (e eu só corri 15min) ...


Celtics

 
E para que esta reentre seja em grande vamos la comecar por ver os Celtics.
E verdade que andam a perder os jogos todos, mas o lado positivo disto e que o preco dos bilhetes baixa consideravelmente! E jogos da NBA sao sempre jogos da NBA, cheios de animacao e um grande espectaculo!

Estou de volta

Pois e, para grande pena minha estou de volta! Ossos do oficio ter de voltar para terras do tio Sam.
Venho de coracao cheio e com os dias contados apenas e so ate ao Natal. Embora seja apenas um mes e meio, para mim e quase uma eternidade. Nao que nao esteja bem e que nao seja bem tratada por aqui, mas porque as "minhas pessoas" e quem me faz bem esta longe.
Ate la e porque nao serve de nada andar para aqui a queixar-me, vou aproveitar estes ultimos tempos e acabar esta grande experiencia em grande, para quem sabe um dia voltar outra vez.