sábado, 16 de novembro de 2013

Laura Izibor

É o nome do momento... pelo menos para mim!
Não consigo parar de ouvir... está em modo repeat!
Todas as músicas são lindas, não consigo escolher uma.
Mas esta que aqui deixo foi uma que particularmente me inspirou esta semana.



Posta à prova!

Quando acho que sei aquilo que quero, aparece algo para me por à prova e pensar mesmo naquilo que quero para a minha vida e para o meu futuro. Aquilo que sempre soube querer fica por um fio e todas as dúvidas aparecem quando menos deviam aparecer!
Esta semana mais uma vez foi isso que aconteceu, mas desta vez não vacilei. Fiquei orgulhosa de mim mesma, mas no entanto com muitas dúvidas se foi ou não a escolha acertada, não pela escolha em si, mas pela recusa daquela que é uma grande oportunidade.
Sei desde o primeiro dia que cheguei a Boston que me queria ir embora de cá o mais depressa possível, não por não gostar da cidade, nem do trabalho nem das pessoas, mas apenas porque tive a certeza absoluta que não sou pessoa para viver muito tempo longe das pessoas que gosto e que me fazem falta. Mas uma estadia que era suposta ser de apenas 6 meses foi logo no inicio prolongada por mais 3. Aceitei logo que tive a oportunidade por ser uma coisa boa para mim e para a minha carreira. Claro que implica mudar e abdicar de outras coisas, nomeadamente adiar mais uma vez a minha vida pessoal, mas pronto eram só mais 3 meses, com a perspectiva de voltar depois ao meu país.
Esta semana e a um mês de fazer as malas, chegou a tão temida oferta. Ficar aqui por mais um ano! Um contrato por um ano no actual laboratório onde estou. A certeza de que não queria isto para mim foi instantânea, mas depois surgem as dúvidas... os prós e contras, e a cabeça entra num turbilhão de emoções.  A mesma vontade que tinha de ir embora continuou, no entanto isto deixou-me mesmo a pensar se não devia aceitar esta oferta porque era profissionalmente muito boa, e sabendo como as coisas estão inseguras e más em Portugal...E não querer deixar passar a sensação que sou "pobre e mal agradecida" são tudo pensamentos que surgem!
Mas pronto tudo acabou pelo melhor... aquilo que sempre quis e quero é voltar, e é isso que vai acontecer! Porque até podia ficar aqui e estar bem profissionalmente... mas estaria muito infeliz pessoalmente!

sábado, 9 de novembro de 2013

Crónica de António Lobo Antunes- Visão

Perguntam-me muitas vezes por que motivo nunca falo do governo nestas crónicas e a pergunta surpreende-me sempre. Qual governo? É que não existe governo nenhum. Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento. Claro que as crianças lhes acrescentaram um pin na lapela, porque é giro
- Eh pá embora usar um pin?
que representa a bandeira nacional como podia representar o Rato Mickey
- Embora pôr o Rato Mickey?
mas um deles lembrou-se do Senhor Scolari que convenceu os portugueses a encherem tudo de bandeiras, sugeriu
- Mete-se antes a bandeira como o Obama
e, por estarem a brincar às pessoas crescidas e as play-stations virem da América, resolveram-se pela bandeirinha e aí andam, todos contentes, que engraçado, a mandarem na gente
- Agora mandamos em vocês durante quatro anos, está bem?
depois de prometerem que, no fim dos quatro anos, comem a sopa toda e estudam um bocadinho em lugar de verem os Simpsons. No meio dos meninos há um tio idoso, manifestamente diminuído, que as famílias dos meninos pediram que levassem com eles, a fim de não passar o tempo a maçar as pessoas nos bancos, de modo que o tio idoso, também de pin
- Ponha que é curtido, tio
para ali anda a fazer patetices e a dizer asneiras acerca de Angola, que os meninos acham divertidas e os adultos, os tontos, idiotas. Que mal faz? Isto é tudo a fazer de conta.
Esta criançada é curiosa. Ensinaram-me que as pessoas não devem ser criticadas pelos nomes ou pelo aspecto físico mas os meninos exageram, e eu não sei se os nomes que usam são verdadeiros: existe um Aguiar Branco e um Poiares Maduro. Porque não juntar-lhes um Colares Tinto ou um Mateus Rosé? É que tenho a impressão de estar num jogo de índios e menos vinho não lhes fazia mal. No lugar deles arranjava outros pseudónimos: Touro Sentado, Nuvem Vermelha, Cavalo Louco. Também é giro, também é americano, pá, e, sinceramente, tanto álcool no jardim escola preocupa-me. A ASAE devia andar de olho na venda de espirituosas a menores. Outra coisa que me preocupa é a ignorância da língua portuguesa nos colégios. Desconhecem o significado de palavras como irrevogável. Irrevogável até compreendo, uma coisa torcida, e a gente conhece o amor dos pequerruchos pelos termos difíceis, coitadinhos, não têm culpa, mas quando, na Assembleia, um deles declarou
- Não pretendo esconder nem ocultar apesar da palermice me enternecer alarmou-me um nadita, mau grado compreender que o termo sinónimo seja complicado para alminhas tão tenras. Espíritos tortuosos ou manifestamente mal formados insinuam, por pura maldade, que os garotos mentem muito, o que é injusto e cruel. Eles, por inevitável ingenuidade, não mentem nem faltam às promessas que fazem: temos de levar em conta a idade e o facto da estrutura mental não estar ainda formada, e entender que mudar constantemente de discurso, desdizer-se, aldrabar, não possui, na infância, um significado grave. A irrealidade faz parte dos cérebros em evolução e, com o tempo, hão-de tornar-se pessoas responsáveis: não podemos exigir-lhes que o sejam já, é necessário ser tolerante com os pequerruchos, afagá-los, perdoar-lhes. Merecem carinho, não crítica, uma festa na cabecinha do garoto que faz de primeiro-ministro, outra na menina que eles escolheram para as Finanças e por aí fora. Não é com dureza desnecessária e espírito exageradamente rígido que os educamos. No fundo limitam-se a obedecer a uns senhores estrangeiros, no fundo, tão amorosos, que mal fazem eles para além de empobrecerem a gente, tirarem-nos o emprego, estrangularem-nos, desrespeitarem-nos, trazerem-nos fominha, destruírem-nos? São miúdos queridos, cheios de boa vontade, qual o motivo de os não deixarmos estragar tudo à martelada? Somos demasiado severos com a infância, enervam-nos os impetuosos que correm no meio das mesas dos restaurantes, aos gritos, achamos que incomodam os clientes, a nossa impaciência é deslocada. Por trás deles há pessoas crescidas a orientarem-nos, a quem tentam agradar como podem à custa daqueles que não podem. Os portugueses, e é com mágoa que escrevo isto, têm sido injustos com a infância. Deixem-nos estragar, deixem-nos multiplicar argoladas, deixem-nos não falar verdade: faz parte da aprendizagem das mulheres e homens de amanhã. Sigam o exemplo do Senhor Presidente da República que paternalmente os protege, não do senhor Ex-Presidente da República, Mário Soares, que de forma tão violenta os ataca e, se vos sobrar algum dinheiro, carreguem-lhes os telemóveis para eles falarem uns com os outros acerca da melhor forma de nos deixarem de tanga. Qual o problema se há tanto sol neste País, mesmo que não esteja lá muito certo de o não haverem oferecido aos alemães? E, de pin no casaco que nos fanaram, isto é, de pin cravado na pele (ao princípio dói um bocadinho, a seguir passa) encorajemos estes minúsculos heróis com um beijinho, cheio de ternura, nas testazitas inocentes."

 António Lobo Antunes

Sabes que estás à tempo de mais numa cidade quando

- o empregado do café sabe o teu nome e oferece-te cafés;
- és abordada na rua para te pedirem informações...e já as sabes dar;
...

Isto é assustador para uma "emigrante" que deseja depressa voltar a casa!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Opiniões

Está toda a gente revoltada e a comentar a entrevista e os comentários da Margarida Rebelo Pinto. Não ouvi a entrevista e tenho apenas lido comentários e opiniões quer nas redes sociais quer em vários blogs. Há ainda quem faça disto tudo uma comédia.
No meio disto tudo não sei e confesso que nem tenho vontade nenhuma de ver a entrevista da senhora. Isto porque não me interessa o que ela pensa, e nem acho que seja algo com o que perder tempo.
Mas o que me deixa mesmo indignada são os comentários que toda a gente faz a isto. Sim porque vivemos num país dito democrático e com liberdade de expressão (ainda... já estivemos mais longe de a perder!), mas quando alguém, seja ele quem for, que abra a boca para dar a sua opinião que por acaso é contrária à maioria dos Portugueses, cai o carmo e a trindade. 
Todos nós temos direito a ter os nossos ideais e ideias, todos nós temos cabeça para pensar por nós, certo? Se assim é porque é que não conseguimos respeitar o que os outros pensam? Esta gente não tem mais nada para fazer na vida, nem outras preocupações para além do que a Margarida ou o Manel têm como opinião?
Está na altura de sermos crescidinhos e respeitar o que os outros pensam e começar realmente a preocupar-nos com o que é mesmo importante!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Esta foto podia ser minha

Depois de quase 2 meses parada e sem ir ao ginásio, eis que o regresso com 15min a correr na passadeira me deixou completamente KO!
Estou num estado quase semelhante à Pamela Anderson (foto) depois de acabar a maratona de Nova Iorque (e eu só corri 15min) ...