terça-feira, 30 de abril de 2013

Ainda sobre saudades...

No meio de tantos pensamentos e tantas saudades perco-me....e acabo a pensar que este ano que o Benfica será campeão não vou estar em Lisboa de cachecol ao pescoço a festejar no Marquês!!! Ninguém merece!!!

É só mais um desabafo....

Saudades...Muitasss

Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. "Saudade", só conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Origem
Diz a lenda que o termo foi cunhado na época dos Descobrimentos portugueses e do Brasil colônia, quando esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações.
Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.

Saudade e Razão

A saudade é típica dos mamíferos sociais: ocorre entre semelhantes, como em tantos primatas, como na afeição dedicada ao homem no caso do cão. A saudade sugere a observação do conhecimento fundado na "imitação do outro" (como no caso do pássaro que transmite melodias de uma geração para outra com fidelidade) e está "... permanentemente sob a ação de vozes internas, impregnados de palavras, constantemente submetidos a discursos mentais cuja textura linguística é impressa por nossos pais quando aprendemos a falar".
A distância, ou afastamento de quem se ama pode provocar efeitos psicológicos no organismo e desencadear reações que vão da sensação de angústia até o desenvolvimento de um quadro depressivo.
Em 2009, estudos e experiências de separação em animais e humanos exibiram resultados que "indicam uma ligação específica entre separação e aumento do cortisol" e sugerem a possibilidade de desenvolver-se uma droga que promova o bloqueio da hormona causador da saudade e ajude as pessoas durante a separação ou ausência do objecto de amor.

in Wikipédia

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma visão diferente

Embora tenha passado o dia numa formação para novos empregados do BIDMC (o chamado new employee orientation), que devo confessar foi uma autêntica seca, aprendi o quão importante é saber vender-mo-nos. Sim, aqui os americanos sabem "vender bem o peixe deles" e diga-se de passagem que nós portugueses devíamos aprender com eles estes simples gestos mas que no final de contas têm um grande efeito. Este programa consiste basicamente em dizer o quão bom é o hospital em que trabalhamos , em quão sortudos somos em podermos trabalhar nele, e aprendermos qual a filosofia de trabalho no hospital. Embora seja um hospital privado (como todos nos estados unidos), é sempre bom lembrar que o paciente tem de estar acima de tudo.
Claro que eu como sendo investigadora houve coisas que achei uma perda de tempo uma vez que não vou trabalhar directamente com doentes, mas há sempre coisas importantes de ouvir e de saber quando vamos para um novo local de trabalho, nomeadamente qual a estrutura orgânica  qual a missão na sociedade, quais os direitos e deveres enquanto trabalhadores e por aí adiante.
E meus amigos mais importante que isto tudo e sinceramente até pode ser uma coisa sem que não valorizemos muito, mas se há coisa que eles não se fartaram de repetir é que têm orgulho nas pessoas que trabalham lá, e que estão muito orgulhosos dos novos trabalhadores e que têm a certeza que iremos fazer um grande trabalho. Pode não parecer importante à primeira vista, mas que sabe bem ouvir e aumenta-nos o ego, lá isso aumenta! Acredito que não há nada como reforços positivos para estimular a capacidade e a motivação para o trabalho.
Sinceramente acho que às vezes (nós portugueses) devíamos olhar um pouco para estas culturas e tirar o que de bom elas têm! Afinal de contas nada como palavras de incentivo e de apoio quando estamos a começar um novo trabalho!!!

domingo, 28 de abril de 2013

Portugal... ali mesmo ao lado do méxico

- Olá, o meu nome é X (confesso que não me lembro mesmo), e o teu?
- Joana
- És de onde?
- Portugal
- A serio?!?! Que fixe, é ao pé do México não é?

Pois é isto aconteceu-me mesmo!!! Nem queria acreditar, pois penso que todos aqueles vídeos de americanos burros são sempre um bocado exagerados. Mas afinal não, tirei a prova dos nove ontem à noite! Enfim...

sexta-feira, 26 de abril de 2013



Ouvir este senhora faz-me esquecer que existe mundo lá fora!!!

2 semanas....

O tempo voa mesmo, já passaram 2 semanas desde que cheguei. No meio de tanta burocracia, cartões para um lado, exames de saúde para outro, procura de casa, trainings laboratoriais para poder começar a trabalhar, o tempo passou e nem me apercebi. E no meio de isto tudo ainda se passaram as explosões e todo o aparato resultante! Digamos que foram duas semanas cheias de agitação, adrenalina e tudo aquilo a que se tem direito. Até agora o balanço é extremamente positivo!
Esta cidade respira ciência por todo o lado e transmite uma boa energia que põe qualquer um com a moral para cima.
Claro que há horas em que a saudade aparece juntamente com uma nostalgia boa, mas nada que dure muito tempo, penso logo que sou uma sortuda por estar aqui a aprender com os melhores e a viver uma experiência pessoal e profissional que me vai fazer crescer em todos os sentidos.
Quem ficou do outro lado sabe isso e dá-me todo o apoio nesse sentido!

E já estou rendida a esta vista... 


terça-feira, 23 de abril de 2013

Espero que seis meses não cheguem para sentir isto!



"One day, you simply look back and realize that so much has happened in your absence, that so much has changed. You find it harder and harder to start conversations with people who used to be some of your best friends, and in-jokes become increasingly foreign — you have become an outsider."


Vou ficar baleia

Um dos grande problemas de estar por aqui é que vou ficar obesa! Mas obesa tipo baleia.... 

Habitualmente sou daquelas pessoas que adora comer doces e todas aquelas coisas que não se devem comer, ou pelo menos comer em quantidades moderadas. E logo eu que não sou nada moderada (comigo é oito ou oitenta) vim parar ao sitio mais apelativo para a junk food! Não consigo parar de comer... só me apetece comer donuts, bagels, pizzas e hamburgers! Todos os dias tenho desejos de alguma coisa dessas e lá está como não sou capaz de me controlar, lá vou eu empanturrar-me dessas coisas!  Donuts todos os dia como pelo menos um, claro que depois há aqueles dias em que uma pessoa está mais necessitada e come dois... e depois tenho de experimentar todas as qualidades e feitios, por isso estão a ver o filme. Tirando todas estas coisas há ainda os chocolates quentes (que diga-se de passagem são deliciosos!).

Apesar de me sentir a engordar (e não eu não costumo sentir-me assim, é rara a vez que me ouvem dizer que estou gorda), ao fim de quase 2 semanas de aqui estar continuo com o mesmo peso, claro que as artérias devem estar entupidas de colesterol... mas isso não se vê por enquanto, por isso ainda não me vou preocupar.

Claro que hoje e para terminar este dia horrivel que está (6ºC e chuva) vamos acabar o dia a ver os Knicks-Celtics e a comer hamburgers e batatas fritas (à bela maneira americana).

Eu cá acho que aqui até poderia ser uma baleia feliz :)))))))))))))))

PS. Claro que no meio disto tudo ainda tenho uma amiga que consegue ser igual ou pior e também ajuda a desencaminhar! Mas somos felizes assim.

sábado, 20 de abril de 2013

Spring


Picos de adrenalina (entenda-se: medo)

Desde de cheguei a Boston a minha adrenalina anda nos seus níveis máximos. Após as explosões na maratona na passada segunda-feira, ontem fui obrigada a passar o dia trancada em casa porque andavam numa perseguição policial a um dos suspeitos das explosões. A cidade parou por completo, 400 mil pessoas trancadas o dia inteiro em casa, sem poderem ir trabalhar ou o que quer que fosse, não havia transportes públicos nenhuns a funcionar.... confesso que para mim foi o pânico total. E pior que tudo era saber que as rusgas se estavam a passar nesta área onde estou a morar.... enfim, não ganhei para o susto. É que todos nós sabemos que aqui é normal estas coisas acontecerem, estamos sempre a ver nas noticias situações semelhantes ou até piores, agora o que não sabemos é que um dia podemos passar por elas, e claro está não sabemos muito bem como reagir.

Senti-me literalmente num episódio das "Mentes Criminosas", só que tinha o medo real de quem está a passar por isso. Tal como no final dos episódios desta série, tudo acaba bem e lá conseguiram capturar o miúdo. Mas ainda não estou 100% tranquila e acho que não vou ficar nos próximos dias ou mesmo semanas, até porque aqui nunca se sabe o que pode acontecer e quando aparece um doido qualquer e se lembra de por as cidades em estado de sitio.

Mas agora há algo que me deixa a pensar... Como é que um miúdo de 19 anos consegue sozinho parar uma cidade de 400 mil pessoas, ter 9000 policias atrás dele e mesmo assim conseguir andar fugido umas 14 horas? O puto apesar de tudo até tem algum mérito! 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

You complete you: Happiness is your responsability


"Before you can get into a relationship, you should be happy by yourself. We hear that and mistakenly thing it literally means “you should be happy being alone”. We assume the wisdom imparted here is to not want relationships, or even to stop looking for one. But that´s not what this quote means at all.

Being happy by yourself means you need to take responsibility for your own happiness. This is not just semantics. This means recognizing the areas of your life that don´t feel fulfilled- if you don´t feel good about yourself, you´re bored with your job or feel disconnected from your friends and family, or aren´t happy with what you´ve accomplished. These are all issues that only you can solve; a relationship won´t solve them for you.

We grow up with an idealized notion of a romantic relationship. We´re told then when we find the right person things will be perfect. We believe that any emptiness or discontentment we feel in any aspect of our lives will disappear once we find the right partner. But the Jerry Maguire idea that “you complete me” just isn´t reality. You have to complete yourself.

Yes, relationships can be amazing distracting. In the initial phases when the sparks are flying, nothing else seems to matter. But this is a temporaty Band Aid, because as the sparks calm down you´ll be left with the same unresolved issues you had before the relationship started. Even better, you could peg those problems on your partner, or think there´s something wrong with the relationship because you don´t feel so great (hence the advice to make yourself happy before getting involved).

The point is, sooner or later you have to take responsibility for your own life. Whether you´re single, or involved in something serious, you had to take care of yourself. And while it´s easier to blame our lack of happiness or not having someone or having someone that´s not acting the right way, life is rarely that simple. As important as our intimate relationship are, they will not magically fulfill you."

Amber Madison

terça-feira, 16 de abril de 2013

Estou na América e com tudo a que tenho direito

Pois é ainda nem à uma semana cheguei e já passei por "terrorismo" tipicamente americano! 
Embora não me tenha apercebido de nada, uma vez que estava no laboratório sossegadinha e apenas soube do sucedido quando começo a receber mensagens a perguntar se estava bem, eu respondia que sim mas sem saber ao que. Não ganhei para o susto, porque embora me encontrasse longe do local das explosões, a cidade ficou em pânico perante a possibilidade de novas explosões e ainda tinha de atravessar toda a cidade para poder chegar a casa sã e salva! Confesso que fiquei em pânico, porque embora saiba que nos USA a possibilidade destas coisas acontecerem seja grande nunca estamos preparados para estar no sitio errado à hora errada! 
Pior que isto tudo foi quando soube que 2h antes das explosões tinha estado a assistir a maratona nesse mesmo local embora no outra lado da estrada. Se acredito no destino? Não, mas passei a acreditar. Foi o destino que me tirou de lá para ir tratar de outros assuntos, porque senão teria continuado a assistir à maratona. Enfim não quero pensar nisto, mas sinto um arrepio na espinha sempre que me lembro.... é uma sensação do caraças!!!
Felizmente a cidade está a voltar ao normal, no entanto o aparato policial continua e há-de continuar durante o resto da semana.
Foi uma grande recepção, no meio de toda esta desgraça já tenho uma história para contar aos netos daqui a muitos anos.

domingo, 14 de abril de 2013

Cheguei!!

Já estou do outro lado do Atlântico!!!! Após 10 horas de viagem finalmente aterrei em terras do tio Sam! Cansada, com um aperto no coração, mas digamos que em modo de FELIZ!
À primeira vista é uma cidade muito agradável, bonita e com um ambiente mesmo à americana, acho que me vou dar bem por estes lados. Claro que nem tudo é perfeito e as saudades já começam a apertar e pensar que só daqui a 6 meses é que vou poder estar outra vez com as pessoas que gosto, dá-me um aperto muito muito grande no coração. Posso orgulhar-me de ainda não ter chorado uma lágrima que quer, tem custado mas ando a controlar-me para não parecer uma "maria madalena arrependida" porque assim que começar, acho que só paro umas horas depois!
Escusado será dizer que passo todo o tempo que estou em casa agarrada ao skype, mas acho que é uma coisa normal para quem muda assim de país.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Até já Lisboa

E pronto.... primeira etapa já está! Até já Lisboa!
Obrigada por me receberes tão bem, por me acolheres e me teres feito crescer! Foram 2 anos e meio fantásticos cheios de tudo a que temos direito...
Vais no meu coração!!!

domingo, 7 de abril de 2013

Empacotar 2 anos de vida!

Porque uma nova etapa de vida de aproxima, há que acabar com a velha... isto resume-se a mudar de casa. Pensei que fosse fácil, afinal foram só 2 anos e apenas um quarto. Mas no final de contas não é bem assim... nunca pensei ter acumulado tanta "experiência de vida" (na gíria comum tralha). São malas e malas, sacos e saquinhos e nunca mais acabam. Olho para o acumular destes e penso "Aqui eu fui feliz"!!! Custa acabar um ciclo, mas a vida é mesmo assim e tenho a certeza que um ciclo ainda melhor com muitas mais "experiências de vida" começara e daqui a uns 6 meses poderei dizer "Lá eu fui feliz".
O que mais custa é mesmo estar a guardar as coisas e agarrar nelas e pensar no tempo que por aqui passei, viver algumas recordações... aí chega o sentimento de nostalgia e já começa mesmo a bater a saudade. Uma saudade boa que me faz sorrir... foram tantas as aventuras, os amigos que fiz, tudo, foi tudo muito bom! E isto sim é a vida, ter experiências, ter histórias para lembrar (e um dia poder contar aos netos), ter recordações.... no final de tudo é isto que fica.
E apesar de tudo....sinto-me feliz!!!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Dar sentido...

Nunca tenho tempo para nada, ando sempre numa correria de um lado para o outro, os cafés com os amigos são muitas vezes adiados para "amanhã" ou para a " próxima semana" sempre com o pensamento que nessa altura vou estar com menos trabalho e mais disponível para estar sem horas marcadas com as pessoas. Sim porque há coisa que não gosto muito é estar com alguém e estar a olhar para o relógio porque a seguir já tenho outros compromissos! No entanto e com a minha ida para o outro lado do mundo, isto mudou, não totalmente, mas está a mudar, talvez por saber que lá não vou ter os amigos quando quero, não os vou poder ver quando tiver saudades, não os vou abraçar, ou simplesmente não lhes vou poder ligar sempre que me apetecer (pela diferença horária, claro). Ainda não fui embora e a nostalgia já começa a pairar por estes lados!
Assim, hoje liguei a uma amiga de infância (que não via há 5 meses embora morando as duas em Lisboa) e fui ter com ela e com a filhota dela. Ambas optamos por seguir caminhos diferentes, eu sempre fui muito profissional e ela muito virada para a família e isso fez-me pensar que no caso dela há sempre alguém à espera dela quando chega a casa, alguém que depende dela, e embora sabendo isso de outros casos de outras pessoas... hoje percebi que há algo mais....um sorriso maravilhoso que anima o dia de qualquer um! Não, não estou com o relógio biológico a dar horas nem nada que se pareça, apenas me apercebi que tem de haver algo mais para que toda a correria e  todos os sacrifícios no final façam algum sentido. Ás vezes é preciso viver estes momentos para mudar o rumo ao que queremos fazer da vida! 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Cusquice

Quem pensa que é desagradável passar horas (principalmente de madrugada) no centro de saúde à espera para ser atendida por um suposto "médico de família" desengane-se! Há muito que não tinha uma manhã tão divertida e informativa, melhor que ler as revistas cor-de-rosa todas e os jornais diários.
7h30 da manhã e está aqui a je sentada à entrada do centro de saúde (com uma neura descomunal e insuportável), com um livro para ajudar a passar o tempo, quando mesmo sem querer começa a ouvir as conversas das pessoas sentadas 2 bancos ao lado. Claro que a leitura passou para segundo plano e o livro apenas ficou aberto para disfarçar os risos. É algo absolutamente delicioso ouvir estas pessoas a falarem, falarem da vida delas (das dores, das doenças, doenças dos filhos, maridos e afins) e da vida dos outros. Um enredo de novela perfeito e com personagens reais. Eu não conhecia ninguém, nem de vista nem de nome, mas passadas três horas de espera saí de lá a conhecer toda a gente. Ora é a filha que casou e não devia ter casado, é o genro que não ajuda a filha mas que não sabe cozinhar, foi a mãe que emprestou o dinheiro a filha para fazer a casa mas que hoje já está arrependida. Todo um leque das situações mais caricatas possíveis perante as quais eu só conseguia disfarçar pequenos sorrisos quando a vontade era rir-me à gargalhada. As três horas de espera passaram num instante e nem dei por elas.
Acho que estas pessoas deviam ser contratadas para nós utentes não reclamarmos e nem nos apercebermos do estado da saúde a que temos direito no nosso país.
De qualquer das maneiras saí de lá com um sorriso nos lábios e muito bem disposta. Obrigada minha senhoras :)

A mania de ter de perceber tudo!!!


Há coisas que pura e simplesmente não se descrevem… sentem-se! 
Mas é um sentimento de tal modo forte e ao mesmo tempo confuso que me troca as voltas. 
Fico confusa por tentar compreender o que não tem de ser compreendido, tem apenas de ser sentido e vivido!