Porque eu sou assim...

Crise de hipocondrismo

Uma pessoa não pode estar bem informada sobre as doenças que começa logo com macaquinhos na cabeça, sim porque isto de se trabalhar na área é muito bom mas na hora H parecemos loucos! Sim, estou a falar de mim... trabalhando eu desde sempre em investigação relacionada com a diabetes, sabendo de cor e salteado tudo o que é sintomas, complicações, diagnostico e tratamentos disponíveis ou ainda em fase de investigação, ontem dei por mim a imaginar se não estaria a ficar diabética! Sou parva, claro, foi o que toda a gente me disse! Mas tendo 2 dos sintomas típicos de uma pessoa com esta doença (muita sede e uma vontade doida de ir à casa de banho) e sendo uma pessoa que só come doces e afins, claro que não parava de pensar noutra coisa! E se estiver mesmo doente!? Claro que sabendo como diagnosticar a doença e tendo o material necessário mesmo à mão, vai daí que me começo a picar e medir os meus niveis de glicémia (antes e meia hora após uma refeição), claro que não estou nada diabética nem nada que se pareça, aliás quase que estava era em hipoglicémia.

Conclusão... deixar de ser paranóica!

Se eu podia ser feliz com outra profissão? PODIA!!!

Após mais um daqueles seminários (dos quais falei no post anterior) a falar de ciência e mais ciência e células e essas coisas todas giras, começamos a falar sobre a nossa vidinha "medíocre" de cientista. 

Em cinco cientistas de várias gerações que adoram o que fazem e nunca fizeram outra coisa na vida... todos chegámos  à conclusão que se calhar também poderíamos ser felizes a fazer outra coisa qualquer... E isto tudo devido a todas as dificuldades do que é ser cientista... sim porque é muito giro mas a vida não nos é em nada facilitada, muito pelo contrário cada vez mais complicada. Dei por mim pois a pensar no que poderia eu vir um dia a fazer... um dia que me canse de andar a correr atrás de bolsas (aquelas que custam em aparecer e quando aparecem são poucas), que me canse de andar com a casa ás costas à procura de um laboratório com condições e interesses que me atraiam, e um dia que me canse de não ter vida própria. Acho que vivia feliz e contente se tivesse uma florista (porque as flores atraem felicidade) com uma casinha de chá onde as pessoas pudessem passar ficar apenas a relaxar, com livros e jornais diários (os sérios, não o correio da manhã). Passar o dia rodeada de pessoas, passar o dia a falar (sobre nada) e ir trocando sorrisos e alegrar o dia a quem por lá aparecesse.

Entretanto vou sendo paciente, vou esperar que a crise politica do nosso país passe e que haja alguém que decida dar-nos o devido valor e que comece a pensar nos cientistas como pessoas sérias (e não como aqueles seres estranhos) e que embora não nos ajudando a fazer o que mais gostamos... apenas que não complique a nossa vida!

Será que quando for "grande" isto passa?!

Odeio falar em público... é coisa que me dá uma asia tremenda! É só meia horinha, e a falar daquilo que faço todos os dias, mas não gosto de ter toda a gente a olhar para mim, e ainda por cima olhar para aquelas caras e ver que estão ali porque ou foram obrigados (pelos chefes, claro) ou porque parace bem aparecer nestas coisas e na realidade não ouvem nada... e estão a pensar no pequeno almoço maravilha a que têm direito.

Estas coisas tiram-me o sono, o bom humor, fico impossível de aturar (tipo chata e com um mau feitio descomunal)... só não me tira a fome que era o que devia tirar! Não tarda estou uma baleia (mas isto é um outro aparte).

Será que quando for "grande" (em termos científicos, claro) isto passa?!

É melhor voltar para a apresentação, para que depois não fique com pesos na consciência.

Será que um dia a coragem para tal decisão aparece?

Há um "bichinho" em mim que quer partir sem rumo, mas com a certeza de ir ajudar alguém e contribuir para a felicidade e ajuda nem que seja de apenas uma pessoa! Sempre tive o sonho de partir em voluntariado para algum país distante e que precise de pessoas com um sorriso na cara e com toda a boa vontade do mundo para estar lá! Nunca o fiz por falta de meios monetários para me sustentar e sustentar a viagem durante o tempo que estiver fora. No entanto o tempo está a passar e esta vontade começa a crescer de dia para dia, é algo que me permanece no pensamento diário e que me acompanha. Seria uma viagem de crescimento e formação pessoal, seria a experiência de uma vida, seria o sentir que iria mudar a vida de alguém. Passo demasiado tempo preocupada comigo, preocupada com outras pessoas (que muitas vezes não merecem 5min do meu tempo), preocupada com assuntos supérfluos (que muitas vezes para mim parecem o fim do mundo) e na realidade há pessoas e culturas que querem e precisam de ajuda a sério, ajuda essa que muitas vezes passa apenas por um sorriso, um acto de meiguice ou um abraço. Aí tenho a certeza que mudaria vidas... incluindo a minha!

Tanto tempo que passo a pensar nisso que quase que começa a ser uma realidade para mim, começa a ter forma e começa a ter um dia (cada vez mais próximo). Passo demasiado tempo a correr entre trabalho, família, amigos que acabo por me esquecer de mim e chego ao fim do dia com uma enorme sensação de vazio porque mais um dia passou... e tudo continua na mesma!

Preciso de dar o passo em frente, por uma mochila ás costas, esquecer o dinheiro e tudo o que me rodeia.... e partir a aventura! Será que um dia a coragem para tal decisão aparece?

Almas gémeas

"- Não me estou a rir. - Na verdade estava a chorar.- e por favor não te rias de mim agora, mas acho que a razão pela qual me é tão difícil esquecê-lo é porque acreditava mesmo que o David era a minha alma gémea.

- Provavelmente era, O teu problema é que não compreendes o que significam essas palavras. As pessoas pensam que uma alma gémea é o par perfeito e é isso que toda a gente quer. Mas uma verdadeira alma gémea é um espelho, uma pessoa que mostra tudo aquilo que te retém,  a pessoa que faz com que te centres em ti mesma para que possas mudar a tua vida. Uma verdadeira alma gémea é provavelmente a pessoa mais importante que alguma vez conhecerás porque deita abaixo as tuas defesas e desperta a tua consciência. Mas viver com uma alma gémea para sempre? Não, é demasiado doloroso. Algumas almas gémeas entram na nossa vida para nos revelarem uma outra camada de nós mesmos e depois vão-se embora..."

Comer, Orar e Amar, Elizabeth Gilbert

Time to change

Há fases da nossa vida com coisas boas e coisas menos boas... mas são fases de mudança.

Eu estou numa fase de mudança:

-mudar de continente (e não estou a falar do continente do Belmiro)

-mudar de país

-mudar de casa

-mudar de trabalho

-mudar as rotinas

... entre muitas outras coisas...

Tenho de estar aberta a mudança e ás oportunidades que vão surgir, tenho de fazer novos amigos, fazer novos planos, ou seja,

VOU MUDAR DE VIDA (e confesso que estou um bocadinho assustada)!